Ao elaborar meus rascunhos para escrever este artigo, um insight me veio…. existe psicoterapia negativa?

Automaticamente me veio a resposta. Mas acredito que seja oportuno passear por algumas ideias e conceitos. Primeiramente vamos buscar o entendimento do que vem a ser a palavra psicoterapia.

De acordo com o Dicionário Online de Português, o entendimento é: “Tratamento ou técnica que consiste na discussão dos problemas do paciente; tratamento dos problemas psíquicos do indivíduo”. Não me dei por satisfeito após ler esta definição.

Então, busquei no dicionário Michaelis e obtive a definição: “Conjunto das diferentes técnicas que visam ao tratamento de doenças e problemas psíquicos, de desajustamento comportamentais e/ou outros problemas pressupostamente de natureza emocional; terapia”.

Obtive uma luz que queria ao ler as duas definições. Mas, mesmo assim, pensei em procurar algo mais técnico. E, em Zimerman, quando fala da diferença entre psicanálise e psicoterapia, achei a explicação que buscava: “Psicoterapia, por sua vez, é um termo genérico que costuma ser empregado para designar qualquer tratamento realizado com métodos e propósitos psicológicos”.

Pronto. Cheguei aonde desejava. Mas Zimerman foi tão claro na sua explicação que “me forçou” a compartilhar seu pensamento contigo, caro leitor. Ele disse:

Penso que grande parte dessa confusão conceitual devia-se (e ainda se deve) ao fato de que a palavra “psicoterapia” engloba uma larga série de possibilidades psicoterápicas, psicanalíticas ou não psicanalíticas, tanto na sua concepção teórica como nas suas aplicações práticas. Assim, senso lato, psicoterapia pode designar desde uma situação de simples “aconselhamento”, uma “orientação diretiva e sugestiva”, uma “ab-reação”, um “reasseguramento”, ou alguma das diversas formas de “psicoterapia de apoio”, assim como também é possível que esteja aludindo a uma “terapia cognitiva”, ou “comportamental”, ou ainda “psicodramática”,  “transicional”, “sistêmica” (para casal, família), “grupal”, etc, etc.

E é a partir daqui que começamos nossa conversa.

Perceba, nobre leitor, que os negritos feitos são destacar as ideias centrais. Nas definições léxicas, a convergência de que o foco da Psicoterapia é tratar doenças e problemas dos pacientes. Por sua vez, Zimerman, aborda que este é uma técnica que possibilita inúmeras abordagem e possibilidades de tratamento com propósito psicológico.

Se a psicoterapia engloba diversas técnicas, logo a Psicoterapia Positiva é um dessas técnicas.

Certamente, meu leitor. E em que consiste esta técnica?

 

É uma técnica que foca no que funciona, o que é certo e o que pode ser cultivado pelos indivíduos, pelas comunidades e pelas instituições fazendo com que prosperem. É uma técnica que tem como foco o tripé da vida plena, ou seja, que eles tenham vidas engajadas, satisfatórias e significativas.

Desta forma, o Psicoterapeuta Positivo ajuda o cliente a se empoderar de competências concretas, aplicáveis que lhe proporcionam descobrir e aplicar suas forças e recursos durante o processo terapêutico.

A Psicoterapia Positiva não foca apenas em aspectos positivos ou ignora a dor, sofrimento ou a queixa do cliente. Pelo contrário, proporciona o cliente aprender a cultivar emoções positivas, a se engajar nas suas atividades, a viver relações positivas, a identificar e viver seu propósito e celebrar suas conquistas e realizações.

Ao fazer isso, esta abordagem proporciona um olhar no que está indo bem e no que é funcional. A Psicoterapia Positiva trás luz onde muitos veem sombra, trás paz onde há sofrimento e proporciona o equilíbrio.

Rashid e Seligman comentam que “Clientes em sofrimento psicológico podem ser mais bem compreendidos e atendidos se aprenderem a usar seus mais altos recursos – pessoais e interpessoais – para enfrentar os desafios na vida.

A Psicoterapia Positiva facilita uma mudança gradual proporcionando ao cliente crescimento, o desenvolvimento da resiliência, o aumento do bem-estar e da qualidade de vida.

Voltando ao meu insight… não existe Psicoterapia negativa. O que existe são abordagens que focam exclusivamente nos processos traumáticos, nos desequilíbrios emocionais, nas crises de ansiedade e pânico.

Rashid, Seligman e Zimerman concordam que não existe uma melhor abordagem. No entanto, Seligman comenta que a Psicoterapia Positiva “é uma reorientação terapêutica – um modelo para ‘construir o que é forte’ – que complementa a tradicional abordagem de ‘consertar o que está errado’”.

E qual a base teórica da Psicoterapia Positiva? Isso você encontrará no próximo artigo.

Até lá, reflita comigo, é possível olhar para uma situação negativa e encontrar aspectos positivos? É possível aprender com a dor? Como manter e preservar os momentos de alegria, prazer e encantamento?

Reflita em paz e sinta-se a vontade para compartilhar comigo seus insights.

Saudações Positivas!

Saulo Kasakevitch e Luna

Fundador o Instituto Brasília de Positividade – IBSBP. Terapeuta Holístico, Administrador, com especialização em Gestão pela Universidade de Miami. Tem como propósito: ajudar pessoas a encontrarem seu equilíbrio emocional melhorando o bem-estar subjetivo e qualidade de vida. Atua com Psicoterapia Holística, Terapia de Florais de Bach, I Ching e Psicoterapia Positiva. Estudante de psicanálise clínica.


[1] https://www.dicio.com.br/

[2] https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/psicoterapia/

[3] Zimerman, David E. Fundamentos psicanalíticos [recurso eletrônico]: teoria, técnica e clínica: uma abordagem didática / David E. Zimerman. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2007.

[4] Rashid, Tayyab Psicoterapia positiva: manual do terapeuta [recurso eletrônico] / Tayyab Rashid, Martin Seligman ; tradução: Sandra Maria Mallmann da Rosa; revisão técnica: Marco Montarroyos Callegaro. – Porto Alegre : Artmed, 2019.

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